11:45 AM
Administrador chefe almoçando
Central de Processamento de Dados vazia.
***
Pressione CRTL + ALT + DEL para login
Usuário: telebits
Senha: ******
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Carregando informações
Senha ou usuário incorreto
Droga! O Adm. deve ter mudado as senhas...
O jeito é entrar com o login e senha dele mesmo...
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Carregando informações
Presto!
***
E é assim que eu me comunico clandestinamente nos Messengers, Orkuts e e-mails da vida.
Mas só até a hora em que o bendito chega do almoço, aí ele educadamente derruba a conexão...
A rotina no trabalho é boa. Algumas vezes monótona, pois são sempre as mesmas tarefas. O bom de tudo isso é que sempre sobra um tempo na hora do almoço pra escrever, às vezes até na parte da manhã existem algumas folgas.
Mas quando aparece um serviço, é sempre de lascar:
“Alô! Juanito? Tem um ponto pra instalar no prédio 1!” – Hernani, gerente de Administração Predial, que por sinal ainda não sabe o meu nome e me chama pelo diminutivo do nome do meu pai...
“Ok! Sr.! Aguardo o e-mail com a confirmação do centro de custo e...”
“Que e-mail, que nada rapaz! Passa logo essa porra aí que a produção tá parada!”
“Mas Sr... as normas dizem que...”
“PASSA LOGO! DEPOIS EU FALO COM TEU PATRÃO, AGORA VAI TRABALHAR!”
Ah! Nosso gerente! Sutil como um rinoceronte...
Eu odeio passar cabo no Prédio 1! O forro do teto é quente prkralho! Fora que é lá que passam as redes de alta tensão que alimentam a fábrica. Um passo em falso e eu viro um pedaço de carvão. Fora a sujeira e alguns ratos ENORMES. Uma vez tive a impressão de ter visto o Mestre Splinter pulando por lá...
Eis que tô colocando a escada pra subir no teto quando...
Um metro e oitenta de altura, seios fartos, pela bronzeada, olhos verdes, bunda empinada, barriga sarada, perfume de sândalo e umas coxas que fariam um monge franciscano ter pensamentos pecaminosos...
A secretária do Diretor. Uma beleza! Pena que só do pescoço pra baixo. A cabeça vc pode arrancar e fazer uma saboneteira. É vazia!
“Oi... Vc está muito ocupado Seby?”
“Er... um pouco... algum problema?”
“Sim, meu telefone não funciona...”
“Como assim? Tá mudo?”
“Não. O viva-voz não funciona”
“Tá. Depois eu passo lá...”
“Ah! Passa agora...”
“Agora tô em outro serviço”
“Por favor, eu preciso do viva-voz!”
“Mas pra quê? Pq não usa o gancho?”
“Ah! Pq dá muito trabalho...”
“...”
Chegando lá no outro lado da fábrica. Sala do Diretor:
“Será que é defeito do aparelho?”
“O telefone é novo! Eu mesma instalei!”
“Sério? Humm já sei...”
Track, track, spinnn...! Tuuuu!!!!
“Legal! Tá funcionando! O que era?”
“As pilhas. Vc as tinha colocado de maneira errada...”
“Ah! Mas não é culpa minha! Na embalagem não diz como colocar as pilhas!”
“...”
Voltando ao longínquo Prédio 1...
“Ei! Filho do Juan!”
Que los páreos! O supervisor da linha. É outro quadrúpede que faz questão de me chamar pelo nome genérico. Felizmente este cidadão pertence a uma patente menor, logo sua escrotice pode ser facilmente ignorada.
“Cadê os bloqueios de ramal que vc ficou de fazer aqui?”
“Olha Luís, eu já disse que esse serviço não é mais nossa responsabilidade”
“Como não? Não são vcs que tomam conta dessa parte?”
“É, telefonia - manutenção e instalação. Mas os bloqueios não são mais da nossa alçada”
“Mas tem que ser! Vai lá! Quebra esse galho!”
“Não dá! Eu não posso mexer na programação da Central, vai dar bronca pra mim...”
“EU SEI QUE VC PODE FAZER! E VAI FAZER!”
“Porque vcs não ligam pro atendente técnico da central? Esse é o procedimento legal”
“Pq vc não faz por baixo do pano?”
“Responda minha pergunta...”
“Talvez no horário do almoço? Que tal?”
“Luís, eu tenho que trabalhar. Me diz pq vc não fazem o proced...”
“Vamos. Vc não quer o gerente zangado com vc, né?”
“Luís, só responda!”
“E se eu dizer que o serviço não foi feito por irresponsabilidade sua?”
“CHEGA! Bem que disseram que chatos como vc são encrenca e...”
“VAI FAZER OU NÃO?”
“...que sempre respondem um pergunta com outra!”
“É? Quando fiz isso?”
“...”
Nessa brincadeira lá se vão 15 minutos...
Agora sim! Tenho que ir... Já estou atrasado e...
“Argentino!”
“O que é que tu quer, O.S?” (nota 1: O.S – abreviatura de “orelha seca”, mais conhecido como Estagiário)
"Ká Ká Ká! Nada... Só chamei pra ver se eu tinha moral" (nota 2: que pirralho abusado e que risada escrota!)
“Vai se fu..., vai”
E o que eu sempre digo: Vc é bonzinho, educado e atencioso e os vermes abusam!
Chego finalmente no Prédio 1, produção:
Subo no teto
Passo o cabo
Fico sujo igual a um mendigo
Suado igual a um porco
Imundo...
Desço
Vou me lavar
Troco de roupa
Começo a instalação da máquina
Instalo
Começo a configuração
E no meio dela, ouço nas minhas costas...
“É aqui que vc vai ficar. Essa estação vai ser usada pra monitorar a produção. Lembre-se: O serviço é fácil e qualquer um pode faze-lo, portanto: sem falhas e nem deslizes”
“Tá OK seu Hernani! Pode deixar comigo, e não se preocupe que falhas e deslizes são inexistentes no meu trabalho. Ká Ká Ká!”
AHHHH!!! NÃO!!!!
O orelhinha seca, putz! Ele vai ficar naquela estação. Pq tanto drama? Simples: Máquinas que são dadas a usuários que nem ele, geralmente começam a entupir a rede com milhões de besteiras (MP3, Programinhas, Joguinhos, ICQ e o escambau) nas primeiras semanas.
Como a maquina que instalei tinha como diretrizes o acesso livre à Net, a situação fica complicada...
“Ah! Argentino! Vc instalou direitinho a minha máquina?”
“Meu nome é Sebastian! E vou te dar um conselho: Pega leve que existe uma auditoria rolando e se te pegarem...”
“Ei! Me deixa argentino! Vc com o seu trabalho e eu com o meu! Vai subir no teto vai!”
“Ó cidadão, eu estou sendo gentil em te avisar. Mesmo pq o meu trabalho termina aqui. Eu não serei o responsável pela auditoria. Mas estou avisando a todos, pois...”
“Vai passar cabo argentino! Aproveita e toma um banho! Ká Ká Ká!”
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Carregando pensamentos maquiavélicos
“... tudo bem meu querido O.S. Bom trabalho!”
“E não me chama mais de O.S! Agora eu sou o supervisor de Produção do Prédio 1! Mais respeito comigo, seu terceirizado!”
“Ok! Ok!”
Uma pena, ele ter me tratado assim...
Uma pena, eu ter “esquecido” de instalar o antivírus na sua maquina...
...e ela ter virado uma colônia de trojans, worns e vírus após 2 semanas.
Conseqüentemente ela deu o alarme de invasão! Logo na semana de auditoria na rede...
E obviamente ela foi a primeira da lista da auditoria...
...e ele foi o primeiro a levar um “kick” no seu “ass”.
Foi realmente uma pena, “Ká Ká Ká”
Pois é, estuda Selph!
O trabalho pode ser monótono, cansativo e humilhante às vezes...
Mas vale a pena!
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Presto!
***
E é assim que eu me comunico clandestinamente nos Messengers, Orkuts e e-mails da vida.
Mas só até a hora em que o bendito chega do almoço, aí ele educadamente derruba a conexão...
A rotina no trabalho é boa. Algumas vezes monótona, pois são sempre as mesmas tarefas. O bom de tudo isso é que sempre sobra um tempo na hora do almoço pra escrever, às vezes até na parte da manhã existem algumas folgas.
Mas quando aparece um serviço, é sempre de lascar:
“Alô! Juanito? Tem um ponto pra instalar no prédio 1!” – Hernani, gerente de Administração Predial, que por sinal ainda não sabe o meu nome e me chama pelo diminutivo do nome do meu pai...
“Ok! Sr.! Aguardo o e-mail com a confirmação do centro de custo e...”
“Que e-mail, que nada rapaz! Passa logo essa porra aí que a produção tá parada!”
“Mas Sr... as normas dizem que...”
“PASSA LOGO! DEPOIS EU FALO COM TEU PATRÃO, AGORA VAI TRABALHAR!”
Ah! Nosso gerente! Sutil como um rinoceronte...
Eu odeio passar cabo no Prédio 1! O forro do teto é quente prkralho! Fora que é lá que passam as redes de alta tensão que alimentam a fábrica. Um passo em falso e eu viro um pedaço de carvão. Fora a sujeira e alguns ratos ENORMES. Uma vez tive a impressão de ter visto o Mestre Splinter pulando por lá...
Eis que tô colocando a escada pra subir no teto quando...
Um metro e oitenta de altura, seios fartos, pela bronzeada, olhos verdes, bunda empinada, barriga sarada, perfume de sândalo e umas coxas que fariam um monge franciscano ter pensamentos pecaminosos...
A secretária do Diretor. Uma beleza! Pena que só do pescoço pra baixo. A cabeça vc pode arrancar e fazer uma saboneteira. É vazia!
“Oi... Vc está muito ocupado Seby?”
“Er... um pouco... algum problema?”
“Sim, meu telefone não funciona...”
“Como assim? Tá mudo?”
“Não. O viva-voz não funciona”
“Tá. Depois eu passo lá...”
“Ah! Passa agora...”
“Agora tô em outro serviço”
“Por favor, eu preciso do viva-voz!”
“Mas pra quê? Pq não usa o gancho?”
“Ah! Pq dá muito trabalho...”
“...”
Chegando lá no outro lado da fábrica. Sala do Diretor:
“Será que é defeito do aparelho?”
“O telefone é novo! Eu mesma instalei!”
“Sério? Humm já sei...”
Track, track, spinnn...! Tuuuu!!!!
“Legal! Tá funcionando! O que era?”
“As pilhas. Vc as tinha colocado de maneira errada...”
“Ah! Mas não é culpa minha! Na embalagem não diz como colocar as pilhas!”
“...”
Voltando ao longínquo Prédio 1...
“Ei! Filho do Juan!”
Que los páreos! O supervisor da linha. É outro quadrúpede que faz questão de me chamar pelo nome genérico. Felizmente este cidadão pertence a uma patente menor, logo sua escrotice pode ser facilmente ignorada.
“Cadê os bloqueios de ramal que vc ficou de fazer aqui?”
“Olha Luís, eu já disse que esse serviço não é mais nossa responsabilidade”
“Como não? Não são vcs que tomam conta dessa parte?”
“É, telefonia - manutenção e instalação. Mas os bloqueios não são mais da nossa alçada”
“Mas tem que ser! Vai lá! Quebra esse galho!”
“Não dá! Eu não posso mexer na programação da Central, vai dar bronca pra mim...”
“EU SEI QUE VC PODE FAZER! E VAI FAZER!”
“Porque vcs não ligam pro atendente técnico da central? Esse é o procedimento legal”
“Pq vc não faz por baixo do pano?”
“Responda minha pergunta...”
“Talvez no horário do almoço? Que tal?”
“Luís, eu tenho que trabalhar. Me diz pq vc não fazem o proced...”
“Vamos. Vc não quer o gerente zangado com vc, né?”
“Luís, só responda!”
“E se eu dizer que o serviço não foi feito por irresponsabilidade sua?”
“CHEGA! Bem que disseram que chatos como vc são encrenca e...”
“VAI FAZER OU NÃO?”
“...que sempre respondem um pergunta com outra!”
“É? Quando fiz isso?”
“...”
Nessa brincadeira lá se vão 15 minutos...
Agora sim! Tenho que ir... Já estou atrasado e...
“Argentino!”
“O que é que tu quer, O.S?” (nota 1: O.S – abreviatura de “orelha seca”, mais conhecido como Estagiário)
"Ká Ká Ká! Nada... Só chamei pra ver se eu tinha moral" (nota 2: que pirralho abusado e que risada escrota!)
“Vai se fu..., vai”
E o que eu sempre digo: Vc é bonzinho, educado e atencioso e os vermes abusam!
Chego finalmente no Prédio 1, produção:
Subo no teto
Passo o cabo
Fico sujo igual a um mendigo
Suado igual a um porco
Imundo...
Desço
Vou me lavar
Troco de roupa
Começo a instalação da máquina
Instalo
Começo a configuração
E no meio dela, ouço nas minhas costas...
“É aqui que vc vai ficar. Essa estação vai ser usada pra monitorar a produção. Lembre-se: O serviço é fácil e qualquer um pode faze-lo, portanto: sem falhas e nem deslizes”
“Tá OK seu Hernani! Pode deixar comigo, e não se preocupe que falhas e deslizes são inexistentes no meu trabalho. Ká Ká Ká!”
AHHHH!!! NÃO!!!!
O orelhinha seca, putz! Ele vai ficar naquela estação. Pq tanto drama? Simples: Máquinas que são dadas a usuários que nem ele, geralmente começam a entupir a rede com milhões de besteiras (MP3, Programinhas, Joguinhos, ICQ e o escambau) nas primeiras semanas.
Como a maquina que instalei tinha como diretrizes o acesso livre à Net, a situação fica complicada...
“Ah! Argentino! Vc instalou direitinho a minha máquina?”
“Meu nome é Sebastian! E vou te dar um conselho: Pega leve que existe uma auditoria rolando e se te pegarem...”
“Ei! Me deixa argentino! Vc com o seu trabalho e eu com o meu! Vai subir no teto vai!”
“Ó cidadão, eu estou sendo gentil em te avisar. Mesmo pq o meu trabalho termina aqui. Eu não serei o responsável pela auditoria. Mas estou avisando a todos, pois...”
“Vai passar cabo argentino! Aproveita e toma um banho! Ká Ká Ká!”
Carregando pensamentos maquiavélicos
“... tudo bem meu querido O.S. Bom trabalho!”
“E não me chama mais de O.S! Agora eu sou o supervisor de Produção do Prédio 1! Mais respeito comigo, seu terceirizado!”
“Ok! Ok!”
Uma pena, ele ter me tratado assim...
Uma pena, eu ter “esquecido” de instalar o antivírus na sua maquina...
...e ela ter virado uma colônia de trojans, worns e vírus após 2 semanas.
Conseqüentemente ela deu o alarme de invasão! Logo na semana de auditoria na rede...
E obviamente ela foi a primeira da lista da auditoria...
...e ele foi o primeiro a levar um “kick” no seu “ass”.
Foi realmente uma pena, “Ká Ká Ká”
Pois é, estuda Selph!
O trabalho pode ser monótono, cansativo e humilhante às vezes...
Mas vale a pena!
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