Que eu me lembre, sempre me achei meio esquisito e distante...
É natural pra mim...
Aos 5 anos tinha o costume de ficar brincando só no playground do jardim da infância. Não gostava de brigar por alguns dos raros triciclos que eram reservados especialmente para os queridinhos da professora. Alias eu nunca fui e nem gostaria de ter sido o queridinho da professora. Lembro que a gente já cantava o hino na fila de saída e que sempre eu chorava quando errava a letra. Bebês...
Aos 6 (quando cheguei em Manaus) tive de repetir um ano. Já era pra eu entrar direto na 1º série. Acontece que eu ainda não sabia falar português, então tive que ficar mais um ano convivendo com gente que ainda não sabia ler e escrever. Mas isso não adiantou muito , pois quando finalmente cheguei a 1º série ainda não sabia falar direito. Deve ser por isso que passava os recreios sozinho. Crianças...
Aos 13 tive que mudar de escola. Escola de bairro, novo ambiente, um pouco agressivo, alunos muito mais velhos, timidez, medo de se expor. Deve ser por isso que curtiram tanto com a minha cara. Pré adolescentes...
Terminei o 1º Grau naquela bodega e entrei na Escola Técnica. Era o maior engodo, achávamos que já íamos sair dali empregados. Ledo engano, se bem que eles fizeram o trabalho direito, o problema é que o mercado tinha mudado. De 96 em diante, já não era mais vantagem vc ter um 2º Grau técnico. Eles queriam jovens cursando faculdade e com experiência. Pode? Com 15 anos de idade? Bem, a verdade é que eu me lixei pra isso e só queria saber de curtir a minha vidinha relaxada. Achando que o meu futuro estava meio que garantido, fiquei relaxado até demais. Deve ser por isso que repeti o 1º ano e o curso que era pra ser de 4 anos passou pra 5. Adolescentes....
No fim do curso, já sem nenhum tipo de ilusão quanto a emprego ou futuro, comecei a me envolver em outras coisas. Curtia musica, bebia, fumava e fodia. Fazia o que me desse na telha. Passava o dia todo fora de casa. Era engraçado, pois até na rodinha de baseado eu me sentia excluído, não por causa dos meus comparsas, mas sim porque eu simplesmente não sentia porra nenhuma fumando aquele troço...
Fuushhh, ishhh, aahhahah! Hehehehe! que onda véio! Esse é do bom! - dizia um
podiscrê, sssshizzzzz!!!! – grunhia outro
Beck de responsa, só com o neguinho – um terceiro fazia alusões ao fornecedor do produto
é, legal – dizia eu. Sem sentir P.N
Na verdade me toquei que a maconha é um lance muito psicologico. Lógico que o THC dá efeitos físicos na pessoa. Mas grande parte da lombra ou viagem se deve muito ao fato do usuário estar condicionado a querer acreditar estar alucinado. Seja fumando a melhor da região ou bosta de vaca.
HAHAHAAHAHAHAHA – e começava a bater leseira no pessoal
Hehehehehe, podicrê! – eu fingia rir tmb né? Pra não ficar de fora do barato...
Deve ser por isso que eu não segui nesse caminho medicinal, ainda bem. Jovens...
Hoje eu sou um jovem comum (embora não me sinta assim). Trabalho, estudo, saio nos fins de semana e tenho os meus hobbies estranhos. Gosto de música gringa, detesto vulgaridade, tenho tara por lugares altos e sinto um certo sei-lá-o-que, quando me dou conta da passagem inexpugnável do tempo.
Considero a distancia um tanto quanto acolhedora, a solidão me é querida em grande parte do tempo. Sou romântico quando me dá na telha e frio nos momentos errados.
Melancólico é como alguns me vêem. Introspectivo é como me julgo. Hummm, talvez um tímido espontâneo, como alguém já me disse...
No mais, todo ser que se considera esquisito tmb se considera único. Embora ele não esteja sozinho...
Nunca...
Pois:
“Num mundo em que todos se consideram ou querem ser diferentes, essa opção acaba se tornando normal. Logo, para ser diferente de verdade seria preciso ser normal”
Eita! Contraditório...
...como eu.
P.S - Eu já terminei um post com essa frase. O tempo é mesmo uma roda de repetições.
É natural pra mim...
Aos 5 anos tinha o costume de ficar brincando só no playground do jardim da infância. Não gostava de brigar por alguns dos raros triciclos que eram reservados especialmente para os queridinhos da professora. Alias eu nunca fui e nem gostaria de ter sido o queridinho da professora. Lembro que a gente já cantava o hino na fila de saída e que sempre eu chorava quando errava a letra. Bebês...
Aos 6 (quando cheguei em Manaus) tive de repetir um ano. Já era pra eu entrar direto na 1º série. Acontece que eu ainda não sabia falar português, então tive que ficar mais um ano convivendo com gente que ainda não sabia ler e escrever. Mas isso não adiantou muito , pois quando finalmente cheguei a 1º série ainda não sabia falar direito. Deve ser por isso que passava os recreios sozinho. Crianças...
Aos 13 tive que mudar de escola. Escola de bairro, novo ambiente, um pouco agressivo, alunos muito mais velhos, timidez, medo de se expor. Deve ser por isso que curtiram tanto com a minha cara. Pré adolescentes...
Terminei o 1º Grau naquela bodega e entrei na Escola Técnica. Era o maior engodo, achávamos que já íamos sair dali empregados. Ledo engano, se bem que eles fizeram o trabalho direito, o problema é que o mercado tinha mudado. De 96 em diante, já não era mais vantagem vc ter um 2º Grau técnico. Eles queriam jovens cursando faculdade e com experiência. Pode? Com 15 anos de idade? Bem, a verdade é que eu me lixei pra isso e só queria saber de curtir a minha vidinha relaxada. Achando que o meu futuro estava meio que garantido, fiquei relaxado até demais. Deve ser por isso que repeti o 1º ano e o curso que era pra ser de 4 anos passou pra 5. Adolescentes....
No fim do curso, já sem nenhum tipo de ilusão quanto a emprego ou futuro, comecei a me envolver em outras coisas. Curtia musica, bebia, fumava e fodia. Fazia o que me desse na telha. Passava o dia todo fora de casa. Era engraçado, pois até na rodinha de baseado eu me sentia excluído, não por causa dos meus comparsas, mas sim porque eu simplesmente não sentia porra nenhuma fumando aquele troço...
Fuushhh, ishhh, aahhahah! Hehehehe! que onda véio! Esse é do bom! - dizia um
podiscrê, sssshizzzzz!!!! – grunhia outro
Beck de responsa, só com o neguinho – um terceiro fazia alusões ao fornecedor do produto
é, legal – dizia eu. Sem sentir P.N
Na verdade me toquei que a maconha é um lance muito psicologico. Lógico que o THC dá efeitos físicos na pessoa. Mas grande parte da lombra ou viagem se deve muito ao fato do usuário estar condicionado a querer acreditar estar alucinado. Seja fumando a melhor da região ou bosta de vaca.
HAHAHAAHAHAHAHA – e começava a bater leseira no pessoal
Hehehehehe, podicrê! – eu fingia rir tmb né? Pra não ficar de fora do barato...
Deve ser por isso que eu não segui nesse caminho medicinal, ainda bem. Jovens...
Hoje eu sou um jovem comum (embora não me sinta assim). Trabalho, estudo, saio nos fins de semana e tenho os meus hobbies estranhos. Gosto de música gringa, detesto vulgaridade, tenho tara por lugares altos e sinto um certo sei-lá-o-que, quando me dou conta da passagem inexpugnável do tempo.
Considero a distancia um tanto quanto acolhedora, a solidão me é querida em grande parte do tempo. Sou romântico quando me dá na telha e frio nos momentos errados.
Melancólico é como alguns me vêem. Introspectivo é como me julgo. Hummm, talvez um tímido espontâneo, como alguém já me disse...
No mais, todo ser que se considera esquisito tmb se considera único. Embora ele não esteja sozinho...
Nunca...
Pois:
“Num mundo em que todos se consideram ou querem ser diferentes, essa opção acaba se tornando normal. Logo, para ser diferente de verdade seria preciso ser normal”
Eita! Contraditório...
...como eu.
P.S - Eu já terminei um post com essa frase. O tempo é mesmo uma roda de repetições.
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