Pular para o conteúdo principal

O conjunto fantasma (parte 1)

Eu moro em conjunto...

O que por si só já é uma temeridade, devido ao tédio.

Conjunto é diferente de bairro por causa do tamanho e da convivência com os vizinhos. Em bairro todo mundo conversa, sabem da vida uns dos outros abertamente, organizam eventos, etc.

Tmb não chega a ser como um condomínio. Aquele lugar fechado, com paredes finas e convivência média. Prédio? Nem de longe... Pensão? Não... Republica? Tampouco...

Enfim, é um lance único morar em conjunto. Seria uma mistura de todos os locais acima citados. Ele possui um aspecto de cada lugar. A diferença social para com o bairro se deve em parte porque num conjunto todos sabem da vida de todos, mas ninguém comenta abertamente.

Como num condomínio, tmb existe aquela relação meio que de camaradagem...
...sempre na moita.

Pois bem, o meu conjunto não foge a nenhuma dessas características, embora exista um porém: Ele é um conjunto fantasma!

Pq? Bem...

1 – Fuçando em documentos antigos (da época em que o meu pai era presidente da associação de moradores) descobri que antes de ser local de moradia, o conjunto era um parque de seringueiras. E que antes disso, era um cemitério índio.

2 – A vida fora das casas parece terminar as 21:00 hrs. Salvo os estudantes que voltam do curso noturno. Até nos finais de semana o conjunto é morto.

3 – É perto da mata. Quer dizer, tem uma extensa área verde que só acaba na pista do aeroporto internacional. Por ser localizado perto do mato dá uma certa sensação de “Sexta Feira 13”

4 – Razões lógicas! Faz fronteira com dois bairros “da pesada”. Além disso, ninguém gosta de se aventurar de noite pelas ruas. Existem assaltos, e certa vez houve até um homicídio.

5 – Como disse anteriormente: Todos sabem da vida de todos, mas ninguém comenta. Isso é típico de sociedades burguesas (tem muita gente de grana por lá, não é meu caso, infelizmente), sempre tratando de empurrar a sujeira pra debaixo do tapete e manter as aparências.

6 – Tem sempre alguma janela te espiando. Tipo aquelas cidades de faroeste em que o estrangeiro chega e passam aqueles montes de palha rodando ao vento...

7 – É cheio de trilhas pelo meio da mata. Tem um aspecto soturno à noite. De madrugada passam uns bêbados gritando coisas incompreensíveis.

8 – É chato pra cacete! Principalmente nos finais de semana.

Enfim... Um local agradável pra se viver! E existem até vantagens nele.

(continua)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lendas (urbanas e mundanas)

Manaus é uma cidade pitoresca... Nem tão interiorana como a região amazônica e nem tão avançada como uma megalópole. Se eu tivesse que lhe dar uma definição diria que se trata de uma capital de província. Do tempo em que se costumava a chamar de província, um Estado. O fato é que querendo ou não ela tem um estilo urbano muito peculiar e além do estilo também possui as suas lendas. Muitas são herança das lendas urbanas do Sul e Sudeste que foram adaptadas para o clima da cidade. Outras são sobre temas específicos daqui. Lendas Urbanas... Quem não conhece pelo menos uma? Desde cedo começamos a conhecer essas estórias que povoam o imaginário adolescente e infantil de cada um de nós. Por Manaus existem várias e sobre os mais diversos temas. Embora o tema mais freqüente seja o de terror Tipo: *** O caso da Maria Sangrenta Hehehehe, essa foi difundida em um dos internatos femininos que havia aqui em Manaus na década de 80. Diz a lenda que se a menina estivesse à bei

Início...

... e bem! Cá estou... Depois de penar na mão de maldito gratuito (se bem que este tmb é...) encontrei este espaço para continuar os "destilamentos de idéias". Por se tratar de um teste, fico por aki. Veremos se os fatos que vem a seguir contribuirão para que a minha estada aki seja curta ou longa... O tempo (ou melhor, os webmasters vagabundos) é que decidirão... Por enquanto, como disse cá estou... No local...

"Melancolia"

Sempre achei que isso era um misto de falta do que fazer com frescura.... Mas agora vejo que não é tão simples... Quem dera fosse! No meu caso não seria melancolia em si. Mas sim uma sensação de que algo está se perdendo. Com o passar do tempo, vou vendo que tudo é uma questão de fases. E momentos... Por exemplo: Pensei nas possibilidades que tenho a partir de agora. Estou livre, nada me impede de escolher um caminho novo. Isso esta se mostrando mais forte em 2 esferas: A pessoal e a profissional. Enquanto a profissional está em vias de se normalizar, a pessoal continua uma incógnita. Sempre foi assim, mas pela primeira vez estou estranhando a falta de perspectivas nesses assuntos. Solidão não é uma constante que incomoda quando vc está de fato preocupado com outros assuntos ou sarando feridas. Mas o que acontece quando acaba a recuperação e vc vê que o que sobrou foi...nada? Vejo que escavar o fundo da panela é padrão nesse casos, quem sabe ainda não tem um pouquinho de co