Bom como tudo já está resolvido com respeito à mudança de espaço, melhor deixar esse assunto (batido como este template) de lado...
Algumas pessoas (uma só na verdade hehehe!) me perguntaram o porque de eu ter levado bilhete azul no local em que trabalhava. No dia em que o post estava sendo publicado o fato estava muito recente e não tinha muita vontade de comenta-lo.
Hoje, já distante do local (e conseqüentemente, em vias de ingressar em outro) estou em melhores condições de dizer o que penso. Na verdade o termo "bilhete azul" (cujo significado literal seria justa causa) foi um pouco exagerado, o que aconteceu foi uma proposta diferente. A empresa está em vias de quebrar de vez, logo, está fazendo o possível pra cortar custos. Nisso estão incluídas algumas demissões e algumas renegociações de contratos. No meu caso foi dada a segunda opção, visto que eu sou terceirizado e logo obedeço a regras próprias especificadas no contrato...
A proposta dada pela empresa foi no mínimo: humilhante. Tá certo que num barco afundando é cada um por si e Deus por todos, mas não falo só por mim. Praticamente toda a equipe com a qual eu trabalhava (inclusive o boyzinho citado no antigo blog) caiu fora. E o que restou do pessoal que administra a rede está começando a roer a corda. Fico pensando nas indenizações... Eu tinha um ano e tal naquela empresa, não levei muita coisa. Mas tinha nego ali que foi demitido com 10, 15 anos de trabalho na firma. Vão levar uma bolada substancial...
Fiquei pensado na situação de gente que tinha menos tempo que eu e levou um pé na bunda. Obviamente a indenização será inútil, visto que o que o pessoal está procurando mais hoje em dia é estabilidade. Local pra se firmar. O boyzinho (coitado!) deve estar mais confuso que vaca em caminhão de mudança. O cara está mal terminado o 2º Grau, primeiro emprego, sem experiência, sem perspectiva de mercado e sem noção do que fazer. Essa é a situação de todo estagiário que é demitido com 3 meses de trabalho.
Eu sei o que é estar nessa corda bamba... É horrível entrar numa guerra estando praticamente desarmado. E sabendo que outros que têm armas bem melhores que as suas farão de tudo pra te derrubar. É tudo uma questão de percepção e de sorte.
Percepção, pelo fato de que sabendo como a coisa andava. Ele teria que procurar logo outro nicho pra se firmar (como eu fiz) ou então fazer amizades com a galera que esteja a mais tempo no mercado (como eu fiz tmb, acredite um amigo na praça é melhor do que dinheiro!).
E sorte por que ninguém nunca sabe quando vai dar uma merda dessas, então...
...Que pena que ele não as teve...
Na verdade foi a minha primeira demissão tmb. Assim como ele eu tmb entrei de estagiário. Não era o melhor emprego do mundo, mas te dava um senso de responsabilidade maior, fora o lance da grana que é muito bem vinda nessa idade de 18 pra 19 anos... Além da experiência em carteira...
Na época, eu estava terminando o meu 2º Grau numa escola profissionalizante, curso técnico com duração de 4 anos. Era muito bem considerado que se formasse por lá, achávamos que não precisaríamos de faculdade, pois só o ensino profissionalizante bancaria um bom emprego... Tá certo! Isso foi uma puta ignorância, mas sabe como é né? Tínhamos esse tipo de exemplo todos os dias com os nossos professores e com alguns amigos mais velhos, então nos deixamos levar...
O estrago foi grande. Primeiro porque o mercado tinha mudado radicalmente. E no fim dos anos 90, todas as empresas exigiam nível superior para contratações mais polpudas. Segundo pq em 98 o MEC (com o aval do titio FHC, o maldito!) tinha lançado um decreto que acabava com o Ensino Técnico Profissionalizante. E de quebra ainda fez com que as Escolas Técnicas convertessem totalmente o seu modo de ensino pra um estilo mais "acadêmico", ferrando com a qualidade do ensino técnico. Nessa época faltava só um ano pra eu me formar. Detestei a idéia de ver os calouros tendo todas as vantagens, prioridades e condições de ensino pra eles. Aqui em Manaus ainda teve o lance do PSC – Processo Seletivo Continuo, que é a maior mamata que se tem noticia nesses últimos anos... Ou seja: 3 provas. Uma para cada ano do 2º Grau, quem atingir uma pontuação boa no total e que for satisfatória pro curso superior que escolheu entra direto na faculdade. Convenhamos, bem melhor que fazer uma única prova de vestibular com toda aquela pressão em cima... Lógico que essa vantagem foi pra eles, visto que eu comecei o meu 2ºGrau em 96 e o PSC só se aplicava pra quem tinha entrado de 98 pra frente...
Com todas essas variantes e percalços o meu destino foi se moldando aos poucos. Juntei uma grana e entrei numa particular. Fiz dois anos e tranquei (Eng. é só pra quem gosta mesmo!). Fiquei quase um ano sem estudar e trampando em bicos. Moro com a minha família, que de certa forma me deu amparo pelo tempo necessário. Nesse tempo aprendi um oficio totalmente novo e que não tinha nada a ver com o que eu tinha aprendido no meu 2º Grau. E foi com essa experiência que entrei nesse meu ultimo emprego e consegui me firmar um pouco mais, quer dizer até agora né?
Quer saber? Não me arrependo. Embora tenha muita vontade de fazer uma pública (nem tanto pelo ensino, mas pela vida social), vou me mantendo aos poucos. A nova faculdade eu termino em meados de 2005 (se tudo der certo) e quanto ao emprego é só uma questão de recorrer aos meios que disponho e não ter vergonha de trabalhar em coisas ou lugares que não tenham a ver com vc ou com a sua especialidade.
"Vc tem que saber de tudo um pouco. Embora hoje em dia prezem muito uma especialização, a pessoa que tiver mais conhecimentos em diferentes áreas, será sempre bem requisitada" - Essa frase foi o meu velho quem falou, embora os tempos tenham mudado muito, ela se mantém atual até hoje...
E assim vai...
Conformismo? Não. Realismo com uma pitada otimista...
Algumas pessoas (uma só na verdade hehehe!) me perguntaram o porque de eu ter levado bilhete azul no local em que trabalhava. No dia em que o post estava sendo publicado o fato estava muito recente e não tinha muita vontade de comenta-lo.
Hoje, já distante do local (e conseqüentemente, em vias de ingressar em outro) estou em melhores condições de dizer o que penso. Na verdade o termo "bilhete azul" (cujo significado literal seria justa causa) foi um pouco exagerado, o que aconteceu foi uma proposta diferente. A empresa está em vias de quebrar de vez, logo, está fazendo o possível pra cortar custos. Nisso estão incluídas algumas demissões e algumas renegociações de contratos. No meu caso foi dada a segunda opção, visto que eu sou terceirizado e logo obedeço a regras próprias especificadas no contrato...
A proposta dada pela empresa foi no mínimo: humilhante. Tá certo que num barco afundando é cada um por si e Deus por todos, mas não falo só por mim. Praticamente toda a equipe com a qual eu trabalhava (inclusive o boyzinho citado no antigo blog) caiu fora. E o que restou do pessoal que administra a rede está começando a roer a corda. Fico pensando nas indenizações... Eu tinha um ano e tal naquela empresa, não levei muita coisa. Mas tinha nego ali que foi demitido com 10, 15 anos de trabalho na firma. Vão levar uma bolada substancial...
Fiquei pensado na situação de gente que tinha menos tempo que eu e levou um pé na bunda. Obviamente a indenização será inútil, visto que o que o pessoal está procurando mais hoje em dia é estabilidade. Local pra se firmar. O boyzinho (coitado!) deve estar mais confuso que vaca em caminhão de mudança. O cara está mal terminado o 2º Grau, primeiro emprego, sem experiência, sem perspectiva de mercado e sem noção do que fazer. Essa é a situação de todo estagiário que é demitido com 3 meses de trabalho.
Eu sei o que é estar nessa corda bamba... É horrível entrar numa guerra estando praticamente desarmado. E sabendo que outros que têm armas bem melhores que as suas farão de tudo pra te derrubar. É tudo uma questão de percepção e de sorte.
Percepção, pelo fato de que sabendo como a coisa andava. Ele teria que procurar logo outro nicho pra se firmar (como eu fiz) ou então fazer amizades com a galera que esteja a mais tempo no mercado (como eu fiz tmb, acredite um amigo na praça é melhor do que dinheiro!).
E sorte por que ninguém nunca sabe quando vai dar uma merda dessas, então...
...Que pena que ele não as teve...
Na verdade foi a minha primeira demissão tmb. Assim como ele eu tmb entrei de estagiário. Não era o melhor emprego do mundo, mas te dava um senso de responsabilidade maior, fora o lance da grana que é muito bem vinda nessa idade de 18 pra 19 anos... Além da experiência em carteira...
Na época, eu estava terminando o meu 2º Grau numa escola profissionalizante, curso técnico com duração de 4 anos. Era muito bem considerado que se formasse por lá, achávamos que não precisaríamos de faculdade, pois só o ensino profissionalizante bancaria um bom emprego... Tá certo! Isso foi uma puta ignorância, mas sabe como é né? Tínhamos esse tipo de exemplo todos os dias com os nossos professores e com alguns amigos mais velhos, então nos deixamos levar...
O estrago foi grande. Primeiro porque o mercado tinha mudado radicalmente. E no fim dos anos 90, todas as empresas exigiam nível superior para contratações mais polpudas. Segundo pq em 98 o MEC (com o aval do titio FHC, o maldito!) tinha lançado um decreto que acabava com o Ensino Técnico Profissionalizante. E de quebra ainda fez com que as Escolas Técnicas convertessem totalmente o seu modo de ensino pra um estilo mais "acadêmico", ferrando com a qualidade do ensino técnico. Nessa época faltava só um ano pra eu me formar. Detestei a idéia de ver os calouros tendo todas as vantagens, prioridades e condições de ensino pra eles. Aqui em Manaus ainda teve o lance do PSC – Processo Seletivo Continuo, que é a maior mamata que se tem noticia nesses últimos anos... Ou seja: 3 provas. Uma para cada ano do 2º Grau, quem atingir uma pontuação boa no total e que for satisfatória pro curso superior que escolheu entra direto na faculdade. Convenhamos, bem melhor que fazer uma única prova de vestibular com toda aquela pressão em cima... Lógico que essa vantagem foi pra eles, visto que eu comecei o meu 2ºGrau em 96 e o PSC só se aplicava pra quem tinha entrado de 98 pra frente...
Com todas essas variantes e percalços o meu destino foi se moldando aos poucos. Juntei uma grana e entrei numa particular. Fiz dois anos e tranquei (Eng. é só pra quem gosta mesmo!). Fiquei quase um ano sem estudar e trampando em bicos. Moro com a minha família, que de certa forma me deu amparo pelo tempo necessário. Nesse tempo aprendi um oficio totalmente novo e que não tinha nada a ver com o que eu tinha aprendido no meu 2º Grau. E foi com essa experiência que entrei nesse meu ultimo emprego e consegui me firmar um pouco mais, quer dizer até agora né?
Quer saber? Não me arrependo. Embora tenha muita vontade de fazer uma pública (nem tanto pelo ensino, mas pela vida social), vou me mantendo aos poucos. A nova faculdade eu termino em meados de 2005 (se tudo der certo) e quanto ao emprego é só uma questão de recorrer aos meios que disponho e não ter vergonha de trabalhar em coisas ou lugares que não tenham a ver com vc ou com a sua especialidade.
"Vc tem que saber de tudo um pouco. Embora hoje em dia prezem muito uma especialização, a pessoa que tiver mais conhecimentos em diferentes áreas, será sempre bem requisitada" - Essa frase foi o meu velho quem falou, embora os tempos tenham mudado muito, ela se mantém atual até hoje...
E assim vai...
Conformismo? Não. Realismo com uma pitada otimista...
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